Era

Houve um tempo que existia gente feliz.

Era tempo de ignorância. Não havia divisas; O terreno era único.

Foi então que a vida procriou-se e nasceram as demarcações.

Ergueram-se as cercas, cobriram se as peles de muros e marcas de lutas.

O mundo transformava-se e era vasculhado por mãos brutas e olhos sórdidos... O caminhar sem estradas definidas... O horizonte sem término, somente engolido pelo escuro da noite.

Surgia a inteligência, no meio do pó dormente das viagens de pés descalços. Havia amor nas cabanas e ouvia-se o choro de crianças que nasciam para as habitações nômades. Cresceriam sem ensinamentos, porque a vida ainda aprendia a ser sentida. Era a selvageria mundana, entrelaçando as relações humanas. Eram caça e presa. Eram felizes pelo descobrir solitário, pelo linguajar mímico... Pelo mundo afora...

Eram os ferozes, que lutavam com os ferozes... Que morriam sem medo da morte e sobreviviam sem o por quê da vida.

Apenas eram nas eras idas.

Takinho
Enviado por Takinho em 09/11/2016
Reeditado em 23/02/2021
Código do texto: T5818005
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