Obra de arte
Ele é a pintura de Kandinsky, abstrato, daqueles que nunca se tem certeza sobre o que são realmente.
E ao mesmo tempo uma escultura de Bernini, detalhes, cada marca uma história, clareza.
Ele é um poema do Neruda: Seu raio cruel meu coração inteiro,
Roubando-me a chave do sossego [...]
E um capítulo sujo de Bukowski, daqueles que dizem como o mundo não é bom sem uma dose grande de sacanagem e álcool.
Sempre quis a vida por todos os lados e, caramba, ele é uma obra geométrica em pessoa, carrega o mundo em cada esquina do corpo.
Pobre de mim. Carro desgovernado.
Ele tá em cada poesia, nos girassóis do Gogh e nos versos confusos de Camões. Em toda canção, Buarque, Iorc, Caetano, Lenine.
Ele é a obra mais complexa, com os traços mais claros que eu conheci, e quero ir a fundo e decifrar cada figura de linguagem escondida no olhar que ele tem.