Um poema apenas

Nada na noite que dorme serena no colo dos horizontes.

Eu ando rua afora para que fale a calçada depois, de meus ecos vazios.

Caminho sem para onde e sei que vou chegar.

Nada importa tanto quando não ligamos o tanto que os outros importam.

Não faz sentido viver sem ilusões, planos e metas; e não faz sentido algum,

também viver cheio disso tudo.

Convém sempre deixar o que se sucede a cada segundo,

porque a metamorfose que temos constante demais em nós,

é nada mais do que uma simples vontade de deixar a chuva cair

quando a noite desce pálpebras no fundo do quintal...

Eu penduro varandas na saudade das redes...

Eu deito muradas na pancada do silêncio que ouço apenas o meu dedilhar

fazendo texto sem nexo, porque na verdade eu não quero perfeição.

Ninguém se faz perfeito, somente Deus o é.

Quero a clareza das palavras diretas no meu solilóquio

e quero a ávida escuridão das palavras que se fazem desnecessárias às vezes,

porque no fundo essas palavras são o que somente sugerem

e sei que as vezes falam mais do que as lindas que se fizeram em barulho,

palcos e tumultos, em homenagens e discursos.

Takinho
Enviado por Takinho em 17/11/2016
Reeditado em 20/08/2020
Código do texto: T5826170
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