Notas, Liz (Pra Mim)

Todo dia fico até tarde pensando em tudo. Da vida a morte. Do sorrir ao chorar. Do sim ao não.

Fico pensando em como todas as minhas escolhas me trouxeram até aqui. Em toda a dor, do mundo e minha. Em tudo que fiz e tudo que deixei de fazer.

Fico olhando a vida de muitos que ja passaram pela minha vida por janelinhas invisíveis onde sou mera espectadora, isso é um tanto quanto assustador. Quantos ja se formaram, casaram, viajaram, sonharam, sofreram, ficaram ricos ou pobres. É preocupante pra mim. O tempo passou e ainda não fiz nada. Já não sou a mesma tem muito tempo, todo dia uma revolução no meu caráter. Mas não fiz nada, fico pensando em formas de mudar o mundo, mas nunca saem da minha cabeça. Ficam lá flutuando, enquanto me corrói por dentro.

Tenho medo do amanhã. É o meu maior horror. Tenho medo de fracassar. Tenho medo de não conseguir. Tenho medo.

Estava eu ontem proclamando palavras que foram engolidas pelo vento, palavras muito bonitas até, sempre tive essa característica comigo, falar enfaticamente sobre tudo, mas é só isso, só falar, só pensar e sonhar. Quem dera um dia fazer.

Mas ah! O mundo me engole se um dia eu ousar. Quem sou eu. Outro nome no meio de tantos, outra cara no meio de tantas. Fico correndo por aí todos os dias tentando arranjar um emprego e tentar viver o menos miserável possível, e falho todos os dias nessa única missão.

Eu odeio tudo isso.

Eu odeio ouvir os gritos que poucos ouvem.

Eu odeio olhar ao meu redor e ver todos sendo miseráveis e aceitando cabisbaixos a realidade devastadora que vivemos.

Eu odeio que ninguém se incomode com tudo isso.

Eu odeio viver nesse mundo.

Liz com Z
Enviado por Liz com Z em 18/12/2016
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