Assopra

E de que se baseia essa alma se nem a sinto?

Em dores é que se formava a minha fronte e desde que elas deixaram de ser minhas nada tenho.

Minha alma eu ei de querer um dia, mas por agora nada mais a atrai.

Em meu corpo não há desejo, nem calor, nem medo ou segredo , nem vontade, nem dor, nem destino ou revolta, nem valor.

Está tudo a reviria a quem quiser olhar, a quem quiser pegar e a quem quiser levar.

Que, pois, levem! Lhes suplico!

Esbanjo essa veste ao rumo do vento para que algo ocorra para me ver livre desta de vez.

Porque longe dela nada mais tenho e nada mais me tem. Eles verão aquele corpo disperso afolado em marasmo a cair em seus corpos e eu então poderei me dissipar e inutilmente deixar o vazio sublimar.