E foi então que falei de amor

E foi então que falei de amor.

Na verdade para falar de amor, basta ficar em silêncio

e ouvir estrelas cintilarem.

Olhar para um livro com páginas abertas e ficar assim

muito tempo, viajando em outras coisas, o livro pendente nas mãos.

Porque vale a pena ler a distância, a ausência,

e corrigi-la com um sorriso nos lábios e nos olhos.

Aquele sorriso, que vem lindo, de dentro do peito,

quando se tem esperança, de que a solidão passa.

Falar de amor é fazer-se amor, porque é difícil compreender,

como tão complicado sentir de verdade;

então fala-se tocando o rosto nem que seja numa foto na estante,

encerrada em um porta retrato.

Acariciando pele com desejo, se acabando de ternura.

Deixar despedaçar-se de felicidade, para unir-se depois ao que provocou essa explosão.

E foi então que falei de amor...

Apenas gritando em silêncio e ecoando por montes e vales,

porque vale a pena, saber pelo menos tentar amar.

Ainda que não se defina o encanto, mas sinta-o tanto,

ainda que não se definha o desencanto, mas mate-o um tanto.

Takinho
Enviado por Takinho em 09/01/2017
Código do texto: T5876830
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