Vida

Às vezes, olhando o passado

Penso que não tive tempo de viver

Em alguns momentos,

Penso que não vivi

Só trabalhei;

Não, não andei

Para dar conta de tudo, eu corri

Em muitas, me desdobrei

Eram tantas as tarefas

Não havia tempo para pensar

Não havia tempo para lazer

Muitos papéis a desempenhar

Todos os dias, na escola,

Minha filha, levava

E era uma alegria,

Ver aquela guria,

tantas coisas aprendendo,

Com ela, eu muito aprendi.

Tão novinha e exigente

Alimentos saudáveis,

Direção consciente,

Economia de água e energia,

Cuidados com o ambiente.

Com cuidado e carinho,

Seus lanchinhos naturais

Eu preparava.

Nas reuniões de pais,

eu estava sempre presente

Acompanhei de perto,

Cada conquista e evolução.

A noite, eu cantava

Lindas canções de ninar,

Havia os contos de fada

Para contar e muitos contei.

Às vezes, as histórias eu inventava

Os três porquinhos, muitas vezes eu li

Se eu mudava uma linha,

Querendo a história enfeitar

Ela, rapidinho, me corrigia e

pedia para eu recontar

Às vezes, nas noites frias e escuras

Havia monstrinhos no quarto

e eu tinha que espantar

Mercado, tanque e fogão

Comidinhas para fazer

Roupas para lavar, de montão

No outro dia, passar, coser

E ainda cozer, assar bolo e pão

Era a vida passando, escorrendo

Entre os dedos da mão

Não, não me arrependo,

De nenhuma renúncia ou privação

Pois bem cedo, os louros colhi

E ainda estou colhendo

Se a vida é mesmo assim

Então, eu vivi

E ainda estou vivendo...

A cada dia, uma nova alegria

Uma nova emoção...

Terezinha Alves Macedo
Enviado por Terezinha Alves Macedo em 24/01/2017
Reeditado em 24/01/2017
Código do texto: T5891341
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