A CABANA NA NEVE

 
Numa cabana, encontrei
poesias empoeiradas
pelo tempo, soltas ao relento 
e colhi-as para mim...

Folheei aquele caderno
surrado, com suas folhas
soltas e esmaecidas, e vi
que continha a história
de um grande amor...

Uma lareira, ao canto da
sala, com fuligens, dando
a entender que por ali
passara alguém há muito
tempo...

Sentei-me numa cadeira
que rangia quando eu a balançava;
com o caderno em nas mãos
e o desejo de desvendar os segredos...

- Eu tenho esse direito?
Pensei; afinal estas vidas
estão sendo expostas
naquelas páginas; o que
tenho eu a ver com
isso?

Levantei, coloquei aquele caderno
no aparador da lareira,
tirei a poeira de todo o local,

deixei tudo limpo e organizado...

Antes de sair, 
dei mais uma olhada no caderno 
e pensei: não, esta história
não me pertence, não sou
personagem dela...

Então dei as costas, 
passei a chave enferrujada no trinco, 
coloquei debaixo do tapete 
e segui pela estrada
coberta de neve...

Não resisti e dei uma última
olhada; avistei, à porta, uma bela dama,
de cabelos pretos, vestido branco 
e uma rosa na mão

(uma flor de inverno?)...

Ao seu lado, um cavalheiro
distinto, tocava seu ombro delicadamente, 
a chamá-la para entrar. A jovem mulher
sorriu-me e entraram...

Tudo à volta ficou iluminado,
era tão forte o fulgor que perdi o equilíbrio, 
entrei num torpor e, quando dei por mim,
estava na minha cama...

Foi um sonho!
Fernanda Xerez
Enviado por Fernanda Xerez em 29/01/2017
Reeditado em 29/01/2017
Código do texto: T5896036
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