visões surreais

das noitas mal dormidas

em espeluncas sem água

quente

das noites de lua cheia

como a matilha de lobos correndo no deserto da cidade

em meio aos comércios e arranha-céus

guiados pelas janelas

ou iluminados pela luz pálida do neon

de bares de esquina e beira de estrada

com os pensamentos longe da crise econômica

ou das contas a pagar

mas fudendo garçonetes

em cima das mesas de bilhar

entre as paredes sombrias que ecoavam guitarras distorcidas

os melhores poemas nasciam no meio da imundície

dos esgotos

entre ratos famintos e baratas que rastejam

tão inexplicável quanto flores

que nascem

em meio às pedras.

Arthur Rabelo
Enviado por Arthur Rabelo em 30/01/2017
Código do texto: T5897421
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