A RAPARIGA DO SOBRADO

Tinha um sobrado no meio do caminho

No meio do caminho tinha um sobrado

No sobrado tinha uma rapariga na janela

Na janela desse sobrado tinha uma linda rapariga

Que a todos os mancebos encantava

Uma linda rapariga que com sua pele morena

E olhos amendoados cor de mel encantava

Todas as manhãs com o despertar do sol

Se debruçava com seus fartos seios

No peitoral da janela ela ficava

Parecia esperar por algum príncipe encantado

Perecia sonhar acordada

E todos os mancebos que ali passava

Parecia pensar que a morena a ele esperava

Mas só olhares, desejos, silêncios, suspiros

E sabe-se lá mais que imaginações se passava

Era para os mancebos impossível

Não escolher esse caminho, ainda que mais longo

E retardar os passos, atrasar o batente

Só para ver a bela rapariga na janela

Com seus seios fartos quase à mostra

Era impossível não passar e não parar

Nem que por milésimos de segundos

Em frente ao sobrado e esticar o pescoço

Eu passava passeando, disfarçando

Com as mãos nos bolsos da calça

Só para me encantar com seus pares

De olhos amendoados cor de mel.

Jô Pessanha
Enviado por Jô Pessanha em 04/03/2017
Código do texto: T5930127
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