MEUS ÚLTIMOS SUSPIROS ("Que toda dor, dedicação e resistência, seja motivo de sucesso vindouro". —Rafael Medeiros)

Agora mesmo, enquanto o sol se põe, posso ver meu futuro despontando no horizonte. Sinto-o próximo, quase palpável. O tempo é um bem precioso que não posso mais desperdiçar. O momento é de trabalho árduo, de dedicação para finalizar todos os meus projetos pendentes.

Revivo as experiências do passado, buscando nelas o amparo da racionalidade para enfrentar os problemas que surgem de última hora. Sinto duas forças dentro de mim: uma me impulsiona a atingir metas e propósitos, enquanto a outra anseia pela harmonia e o aconchego das relações conhecidas. É como se a fome se unisse à vontade de comer.

Já estou na fase crepuscular da vida, peço que tolere essa minha hesitação toda! A "idosofobia" não tem lugar aqui. Com a mente voltada para o futuro próximo, só me resta deixar as correntes cósmicas me levarem até ele. Agora, mais nada a fazer, só deixar que tudo caminhe de acordo com o que foi programado pelo destino.

Penso no amanhã como algo mágico que em breve se tornará realidade. Anseio por novidades, não milagres. Vejo o futuro como uma viagem bem-vinda. A Páscoa acabou, não quero mais saber de Papai Noel ou Mula sem Cabeça, só quero colocar o pé na estrada.

Contudo, conto com a lealdade dos mais queridos e o amor até de quem está longe. Oxalá se rompam para sempre as restrições. "A religião do futuro será cósmica e transcenderá um Deus pessoal, evitando os dogmas e a teologia." (Albert Einstein).

Não preciso ser como muitos, apáticos, sem opinião formada sobre nada, fingindo ser dedicados ao seu trabalho, porém sem qualidade. Como pode uma pessoa sem conjectura ser diligente? Só hoje, percebi que o futuro está realmente em movimento, e eu gosto de ser essa "metamorfose ambulante", quanto mais me aproximo do amanhã mais ele foge para mais um passo além de mim.

Percebi pelos acontecimentos estranhos desta segunda-feira, porém foram muito importantes, em todos os aspectos. Por isso, não quero deixar passar as oportunidades que me forem oferecidas e vou ficar de bem com todos nesta semana, custe o que custar. A meta é procurar me fortalecer, cuidando da saúde e deixando minha vida mais organizada.

No trabalho, estou na equipe. Sei que preciso de pulso firme, coragem e visão ampla para contornar imprevistos. Que venham as cobranças e conturbações dos dominadores.

E assim, me vejo refletido no drama do eu-lírico deste poema a seguir que julgo ser próprio para fechar esta crônica de minha futuridade.

FUTURO

Chillot

Dou ideia de venturo

Pois só encontro muro

Como saio do seguro

Se existe o surro

Sei o que é recinto

Mas estou faminto

O que é preciso

Para ser distinto

Vou ir no bufão

Mas que instigação

Preciso de um pão

Me ofereceu determinação

Fui na frente

Com a minha mente

Preciso de uma lente

Não consigo ver gente

Desejo ficar

Mas queriam me jogar

Vou me elevar

E assim povoar