Os Dias

Os dias andam cinzentos,
Cheios de nuvens e saudades,
Cerração densa ao redor.
O sol, esse perverso,
Que tanto nos castigou e alegrou,
Anda se fazendo de rogado,
Ele sabe que faz falta
E se aproveita
Ciente que na sua ausência,
A gente hiberna,
Se não para se esconder
Mas para mergulhar nos
Subterrâneos do eu.
Os dias mudam sem sutilezas,
Descarados,
Mirabolando dessossego,
O nos ofertam coisas que não queremos.
Sem nos consultar,
Largam a nossos pés e vão embora.
Chuto algumas pra debaixo do tapete,
Outras pego e acaricio,
Guardo no bolso do coração.
 
 
Roseli Schutel
Enviado por Roseli Schutel em 17/04/2017
Reeditado em 22/09/2019
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