Dessas coisas que não têm nome e que nos deixam piegas à beça...

Do vidro do carro as luzes pareciam alegres: azul, amarelo, vermelho (pequenos fracassos das minhas retinas cansadas).

Minha cabeça encostada no vidro, eu ali inerme, com os pensamentos assim às tontas, sem culpa, sem direcionamento, sem me direcionar.

As ruas desprezavam meus olhos, as palavras cruzavam as esquinas... Eu cruzei as pernas. Farol fechado, meu corpo aberto.

De repente, aquele verde do farol aberto gritava seu nome e o carro prosseguiu...

Fiquei tão jururu, assim de imediato, silenciosa eu lembrei dos seus olhos tão verdes que não sinalizam estarem abertos (estarem dispersos).

Lembrei das luzes que eu consegui ver, sentada no escuro com você; a minha língua quente sorrindo de leve pelo seu sorriso.

Ah, essa minha distração inocente lembrando de ti assim!

E dessas pequenas doses de perfeição sempre fica um silêncio egoísta; ficou um vazio que parece zombar do meu encanto...

Talvez nem notes o tom terno dessas palavras, talvez nem imagine que no cantinho da minha boca eu guardei seu nome e um sorriso de olhos abertos...

Tolices minhas; o desespero e a saudade dessas coisas que não têm nome, que eu não sei e nem devo explicar, que eu sequer conheço, que eu não decifro... Que eu quero e não sei como querer...

Amanda Cristina Carvalho
Enviado por Amanda Cristina Carvalho em 09/08/2007
Reeditado em 09/08/2007
Código do texto: T599117
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.