Vento que Sopra
Água parada
Galhos caindo
Boiadeira se meche
É vento que sopra
Voz ao alto
Latido incessante
Cachorro no coqueiro
Sol reflete sombra
Reflete o poste e a luminária
Também o banco e as pessoas à beira da ponte
Água branda, Lago raso
De frente se segue a escada de um templo
Que passa o tempo e o templo ao vento
Pisoteado por mais de milhões
A grama envolta de um lago escuro
Uma pequena ilha
Ilha do pensamento, da meditação e do prazer carnal
Traz o sexo de uma maneira geral
A bagaceirada untada com o doce mexer amadeirado do silencio da noite
Estarricado de desejo é o homem
Faz loucuras pelo prazer
O de esvaziar a mente
Num turbulento dia qualquer
Sente-se bem com o bem da calmaria
Não há preocupação
Há um lugar inteiro pra decifrar e olhar
Imaginar e entender as peças que a vida foi capaz de pregar
Causou a interrogação na mente
O ponto que sofremos, por tentar , por fazer, pelo que já foi feio
Atirar nesta água calma e turva todos os problemas
Da mesma forma que sentado estou a esquecer que os tenho
Mas se é capaz de me acalmar
Posso pensar em acalmá-los também
Não se tem solução pra morte
A solução encontrada é livrar-se da frustração lavando a face neste lago adepto a tirar com cada gota que escorre do meu rosto toda a magoa que um ser é capaz de ter, viver e sofrer.