Perdida

Agora, já não sou mais eu e minha taça de vinho enamoradas à luz do luar. Agora sou eu e minha caneca de café com leite, fumegante até as bordas, a ficarem juntas pensando na vida.

Olhos perdidos em pensamentos, compenetrada em mim mesma, fico como se estivesse realmente enxergando o que há através da janela. Nem sei se ainda é manhã ou se já é tarde. Se o dia está chuvoso, nublado ou ensolarado. Estou tão perdida... Mas não é pelo andar veloz das horas. Não é pelo contar avançado dos minutos, nem dos dias que não findam. Estou perdida porque algo se perdeu aqui dentro de mim. Tento encontrar. Não. Tento me encontrar, mas é tão difícil quando se perde o rumo e não se tem uma bússola para nos guiar em meio a um mar revolto, nos informando que direção tomar. Nesse vai e vem de lembranças, lembro-me do sonho real que tive noite passada e todas as explicações que obtive nele me veem à tona.

Minha cabeça dá voltas. Não posso crer em minhas próprias descobertas... Sempre acreditei nos sonhos, em intuição, em premonição. Sempre fui mais espírito que carne, mas alma que corpo... Sim, eu creio no "inexplicável". Quando estou triste, faço um mergulho profundo pra dentro de mim. E é nessas horas que mais me conheço, que mais me entendo... Quando estou muito aflita, sinto meu espírito sair de meu corpo e se sentar ao meu lado, tentando me acalmar. Nessas horas, me acolho em meu silêncio e grito através do que escrevo...

O fato é que, noite passada, a espiritualidade resolveu me esclarecer e me mostrar o que havia por trás das cortinas. E apesar de triste, confusa, perdida, estou me sentindo em paz...

Será que alguém consegue estar em paz em meio à confusão de seu próprio mundo? Não sei. O fato é que agora já sei de tudo e me conformo com meu destino. Nem todos irão sorrir nesse mundo. Como dizia o próprio Tim, "a gente tem que entender que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri..." E é a pura verdade. Uns nascem apenas para amar, outros para serem amados... Poucos tem a sorte de amar e serem amados. Uns nascem para encontrar suas almas gêmeas, outros apenas para verem a felicidade alheia. Agora está claro porque estou aqui.

O fato é que, se ainda estou por aqui, é porque ainda tenho algo a cumprir e se minha missão for escrever meus sentimentos, que seja... Vou escrevê-los. Vou trilhando meu caminho, caindo e levando, juntando meus cacos e tentando olhar pra frente, com a certeza de que felicidade plena não existe. O  que existem são os momentos. Sejam eles felizes ou tristes... Venham, meus queridos, pois vou vivê-los. E o depois? Depois a gente vê o que faz.
 

*Não sei do dia nem hora, estou perdida esqueceram?
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 28/05/2017
Reeditado em 28/05/2017
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