*_ SOMBRAS QUE OCULTAM AS CORES
      DE MEU CORAÇÃO


Sombras ocultam as cores, do coração do poeta.
As pessoas já não leem mais...
Estamos como a maquiagem do palhaço, com o borrões
negros do rímel escorrendo, como choro da alma.
A máquina do progresso embruteceu a mente e mudou os
olhos por leituras rápidas, porque ninguém tem mais tempo.
Nem sequer pra pensar...
E se fazem sábios ou atualizados com as futilidades do
século.
Que triste aos poetas que, com sua Psicologia tentaram
plantar a sensibilidade onde o jardim estava destruído pela
falta de esperança.
Os poetas verdadeiros morrem, mas estão nascendo
alguns que se julgam, por estética da alma se denominarem
assim...

O triste é que há sempre seguidores para palavras vazias.
Talvez seja o tempo de cada um, quem sabe?

Não há mais alma, nem vida na poesia...
Nem nas brincadeiras do palhaço no picadeiro...
Ou na arte do pintor...
Chamam borrões de arte...abstrata.
Seria isso o caos de uma mente confusa?
Deus modelou tão bem a sensibilidade e vem o homem e
mata ás pressas vastas palavras, por sessenta segundos de
leitura.
Como num anúncio qualquer...
Quão vazias as pessoas tentando retratar em pequenas
estrofes uma beleza tão grande, tão vasta.
Acordem poetas néscios, temporãos de uma mídia rápida!
Vamos contar histórias em poesias.
Sejamos procuradores de Deus nessa terra estranha.
O Espírito precisa, pois dessa magia, para atuar sobre a
matéria.
A união da alma com o corpo, nasce a poesia.

A alma do poeta, portanto, não admite maquilagem outra
senão a do amor, divino cosmético da beleza eterna...