Tento descobrir o que o homem pensa
Tento descobrir o que os homens pensam
E quando vejo que sou parte deles
Tento descobrir o que penso
Vasculho meu íntimo
E o que vejo?
Não vejo, penso...
E escrevo
Porque é o que eu penso que eu escrevo
Quando não consigo me restringir a só pensar.
Sou ferrenho amante dos que não pensam
E tão somente por não pensarem não sentem as cousas
E deleitam a vida com mais constância
Não se martirizam com as cousas
Vivem senão vivem
E não há para eles uma força maior que explique por que vivem
Seus anos de vida passam e nem se vê
E suas ignorâncias insistem em deixá-los isentos
Isentos do mundo e de toda a complexidade que o envolve
Complexidade que inexiste para eles, por ser privativa dos pensadores.