Panem et circenses

Trombetas soam e a porta a frente se abre 

Homens são empurrados para fora, por brutamontes de armadura. 

Quem são eles ninguém sabe,

Ali estão para mais uma luta.

Armados apenas com uma espada,

Nus da cintura para cima,

A frente um mar de sangue, 

Um inferno,

Que o rei patrocina.

Bestas, humanas e não, infestam a visão.

Partes dilaceradas e vísceras jazem no chão.  

O ar é pesado.

É possível ouvir um riso.

Um estridente e macabro riso.

O Riso da Morte.

 

Ela sorri para tudo que pisa na areia,

Para tudo que a sangue cheira. 

E tudo cheira a sangue. 

O som da plateia é ensurdecedor.

Ferve o sangue,

Causa dor. 

A dor de ficar a beira da morte. 

A dor de não ter sorte.

E jazer no chão, sangrando como um porco.

Enquanto a plateia ri de seu corpo morto.