Intimidade IX

Seria desperdício entregar tudo o que foi gerado ao campo dos exilados, a labuta que levou termos idade, esta consciência de mundo e dos estragos nele. Tornarìamos foragidos , como aqueles sobreviventes de guerra, entregues ao funcionamento do corpo, andando de um lado para outro, comendo o arroz com feijão de cada dia.

Que desperdício ! de monta imensurável ! se está humanidade , no ápice da revolta e da guerra, deixar para trás toda expressão do amor, dentre eles, aquele vivido pelos amantes, desinteressados da obtenção do dinheiro, poder ou conquista, entregam seus corpos e espíritos aos momentos tórridos e sublimes, na intimidade demonstram alcancarem a ideia do que pode ser o lampejo da unidade íntima com Deus.

Além de saber que evadindo de forma crescente a humanidade da interacao com o mundo, o afeto entre pais e filhos, os sentimentos maiores de amor ao próximo, à pátria de cada povo, e os de valores elevados, poderá levar o Homem esquecer da sua pureza, da honra trazida no inconsciente, a que nutre o amor pela cultura do lugar que nasceu, da nação, do planeta que está inserido.

Os fatos, os resultados aritméticos trazem aos olhos de quem quer enxergar, que a filosofia, a ciência , a arte e a religião do nosso tempo, a educação, nas suas variadas frentes, não conseguiram resolver a questão da crise da existência no homem, principalmente as doencas da alma, que foram expandidas como as ondas de uma gota d'agua no oceano.

Instaurou-se o caos no seu lado perverso.

Ousaria me dirigir a quem sentisse desafiado, da possibilidade de fazermos o "test drive" destes modistas da ciência quântica , utilizando o pensamento, começando desenhando nossa realidade numa produção inteiramente NOSSA.

Como a cartola para o mágico, idealizando retirar o bom e o bem, ousaria desafiar a alma aventureira para atuarmos na prático, na busca pelo autoconhecimento, rumo à felicidade, sem muletas.

Chegariamos na dominaçao do tempo e do espaço? chafurdando o passado e dali calibrando as áreas danificadas em nós?

Levo meu entendimento à festa, somente de imaginar a hipótese da chance de êxito nesta arte! Tomando por base que se podemos quitar as parcelas futuras de um financiamento bancário de modo retroativo, evitando pagar até três vezes mais o débito no futuro, e ainda poder, por um simples exame feito com a saliva de qualquer pessoa, de saber seu código genetico, incluindo sua ancestralidade parental. Porque não o mesmo com nossa história na mente?

Que degrau falta descermos ou subirmos para tratarmos nossa mente como elástico, assumindo o direito de escrever e reescrever nossa história quantas vezes desejarmos?

A reconciliação conosco e o mundo é causa necessária para resgatar a saúde pública no convívio.

O ar viciado das relações nos ambientes familiares, na escola, na sociedade como um todo, caminha para o adoecimento agudo dos integrantes de cada grupo. As "células " que a sociologia refere ser cada cidadão, está perdendo sua capacidade inata de interação com o meio. Que organismo queremos que nossa sociedade seja, o monstro que pede força?

A quadro negro, o giz e o apagador nos espera.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 15/08/2017
Código do texto: T6084582
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