Ninguém sentado à mesa ou à cama

O mundo oferece o amor, mas os homens insistem em arrancar-lhe apenas a química e transformá-la. Mais tarde, oferecem-na de novo, perigosa ao próprio mundo.

As crianças minguam na noite a todo instante,

se consomem na maior podridão da propaganda,

na maior solidão do inconsciente. Os homens são máquinas incontroláveis à mercê de um colapso metálico e pegajoso;

à beira de um abismo alucinante e profundamente químico e devastador. Todos os gritos são necessários, mas se acontecem, são calados abruptamente pelas ligações poderosas.

E o mundo sente-se ferido, pisoteado, a terra marcada a ferro,

mãos e mentes... O espaço se completa em crimes;

o feio e o bonito são assassinados;

os poemas já não são mais, as crianças se perderam,

as mães nunca mais...

O mundo oferece o amor e ninguém sentado à mesa ou à cama.

Takinho
Enviado por Takinho em 17/08/2017
Código do texto: T6086416
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