Sobre a História do Brasil: Estão reescrevendo ao contrário!

Eu nesta minha mania de poetizar

Quis hoje olhar para a nossa história

Compor uns versinhos rimados

Fiquei a imaginar quão belas foram as histórias

Vividas por essas terras antes da invasão europeia

Guardadas pelas matas fechadas

Banhadas nas nascente dos rios

Tendo como plateia o sol escaldante

Outras vezes as estrelas e a lua!

Imagino Pajés cientistas

Fazendo remédio de mato

Cacique organizando seu povo

Guerreiros se pintando pra caça e pra guerra

Iracemas aos milhares

Tão belas e livres como as jaguar e as cotovias

Evas antes da maça virar falsa ciência!

E a inocência virar pecado

Tanto paradoxo que mal cabem num só poema

Dividirei então a minha prosa em duas partes

Transcrevendo um dos primeiros documentos

Sobre essas terras chamadas primeiro de Ilha

Depois de Santa Cruz

Por fim Brasil!

Depois de escrita a brilhante Carta

Sob a Égide da Cruz

Empunhada por Bandeirantes

Tudo por aqui foi profanado

O Guerreiro perseguido e aprisionado

A índia violada no seu corpo e na sua´lma

As florestas devastadas para roubar Pau Brasil

E colorir (da cor de sangue) as roupas do mundo "civilizado".

Vermelho também era o sangue que tingiu os navios negreiros

Homens, mulheres e crianças sequestrados e aqui escravizados

Sonhos e vidas usurpadas

Tudo em nome da "Ordem e do Progresso"

Escrito bem no centro da bandeira da nossa pátria

No lugar do nativo livre o africano escravo

As florestas deram lugar ao plantio do café e da cana

Do tronco se ouviu mais que o gemido de dor

A voz do chicote foi respondida com o som do atabaque

E nos terreiros se viu orixás dançar

E muito capitão do mato na capoeira tombar

Em Palmares e por todo o território

Quilombos se levantaram

A Resistência forçou a princesa a assinar a lei Áurea

(ainda que fosse uma farsa)

Precedeu a Independência

(que ao povo não libertou)

E o Brasil virou Republica

Escreveu uma Carta Magna

A democracia foi exaltada

Depois pelos Militares amordaçada

O povo pegou em armas

Mas sangue inocente foi derramado

Vidas ceifadas, mas as fardas recuaram

Teve Assembleia Constituinte

E muitos direitos foram assegurados

Partidos Políticos foram fundados

A sociedade se organizou em entidades e sindicatos

O Brasil foi chamado de emergente

Pagou a Divida Externa

Fez programas para erradicar a miséria

Investiu em educação (Não o bastante é verdade)

Ampliou vagas nas Universidades

Parecia caminhar para o futuro

... ... ...

Foi quando apareceu Um Pato Inflável

Grande gordo alimentado pelos ricos empresários

E o guá, guá, guá capitalista subjugou a consciência de classe

Lá se foi a democracia

Tomaram o poder

Não por força de armas bélicas

Pela mais perigosa de todas as armas

A Ideologia excludente e reacionária.

Com o lema "uma ponte para o futuro"

Estamos vendo (não caladas)

Nossa história sendo arbitrariamente

Reescrita ao contrário!

Lúcia Peixoto
Enviado por Lúcia Peixoto em 20/08/2017
Reeditado em 20/08/2017
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