O barco.

O ocupar de algo ainda desconhecido.

A paz de uma forma diferente de existir.

A permissão de deixar alguém te invadir.

A invasão insidiosa com armas inesperadas.

A tentativa de tornar desinteressante a nova experiência.

Pelo medo do lado insensato das emoções.

Aquele que te faz ignorar os sinais de alarme.

Só para presentear com intensidade os seus dias.

E dar um ritmo novo cardíaco a cada sorriso bobo inspirado.

O experimento dito normal começa então a corromper sua própria descrição.

Vem o reconhecimento da excitação do momento.

Da necessidade do sentir e do tocar.

O desejo de conhecer pela frente e pelo avesso.

Desde o começo e sem querer o fim.

A incerteza do que o outro pensa.

Deixa inseguro o que antes era terra firme.

Assusta. Inquieta.

A coerência é afetada pelo pouco explorado na realidade.

A terra firme ainda é avistada.

Mas o barco parece seguir caminho próprio.

O medo e a aventura se revezam no comando.

E a correnteza natural do sentir tenta não se abalar com o seu rumo ainda sem previsões.

A menina só observava de longe a inquietação de sua mulher.

A mulher não se decidia entre pular fora ou confiar na direção incerta daquele barco.

Olha de novo para sua bússola sofrida de viagens anteriores e sente a menina a cutucando.

- Agora é a minha vez!

Vendo o brilho da esperança naqueles olhos que refletiam os seus, optou por confiar e mentalmente desejou que o risco valesse à pena.

- Arriscar faz parte. Apenas viva! - Exclamou a menina adivinhando o seu pensar.

Ambas trocaram sorrisos e se deixaram apreciar a brisa suave daquele instante.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 20/08/2017
Reeditado em 22/08/2017
Código do texto: T6090042
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