Lavadeiras do Sertão

Um tanque de água barrenta

Uma lavadeira grita, Não entra!

Era um menino quero se banhar

Não sabe que hoje é dia

Das roupas da tua mãe lavar

Com cuidado enche o ” tuné”

Com doze lata bem cheia

Separa as saia das blusas

As cuecas das meias

Derrama cal na água barrenta

Logo, logo ela se assenta

Ficando bem limpinha

Pega água com a latinha

“Panhano” bem devagar

Ela sabe que se “panhar” de lata

O barro vai se levantar

Enche o banheiro grande

“Inté” a borda

Pega o sabão de soda

Lava primeiro a roupa branca

Depois as calças da moda

Nas brancas “deita” anil

Que é “prumode” dá o brio

Nas camisas alvas do meu” Sinhor”

Leva tudo pro guarador

As calças pro batedor

Depois de batido

Torce bem devagar

“istende” tudo na cerca

Que é “prumode” “inchugar”

Bem de tardinha

Tira tudo com carinho

Que é pra “num” rasgar

Vai “simbora” com “ar” de dia

Noutro dia volta cedo

E pensa consigo...

Hoje lavei, amanhã vou passar

Já sei! Vou trazer um lenço

O ferro é de brasa

“Cum” certeza vou suar.

Paulo Roberto Reis
Enviado por Paulo Roberto Reis em 21/09/2017
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