Descobrindo-se Poetas

Descobrimo-nos poetas quando percebemos que o mundo é bem mais colorido do que a televisão mostra...

Quando ver as flores no jardim e os pássaros cantando não nos basta mais, precisamos escrever sobre eles.

Descobrimo-nos poetas quando em nossas almas complexas, o simples torna-se complicado e o complicado torna-se simples...

Quando os livros começam a tornar-se nossos bens mais preciosos, depois da família!

Descobrimo-nos poetas quando tudo que olhamos e vivenciamos trás inspiração...quando um filme ou um trecho de um livro já são suficientes para escrevermos duas ou três poesias...

Descobrimo-nos poetas quando alguém de alma líquida alimenta-nos inconscientemente para escrever um livro inteiro de poemas e reflexões...

Quando descobrimos algo que nos faz ver a eloquência e os encantos do que, sem ele, não seria nem encoberto....

Descobrimo-nos poetas quando amamos e mesmo não sendo amados, nos conformamos porque o ato de amar já é muito alimento para escrever...

Descrobrimo-nos poetas no barulho da água da chuva caindo no telhado ou do córrego que passa na ruela perto das casas da ferrovia, no caminhar despretencioso, no dia azul ou no dia cinza, sob o Sol ou sob a Chuva, dentro de casa ou em frente a uma queda d’água naquela cachoeira linda, naquele vinho curtindo sozinhos ou na melhor companhia...

Descobrimo-nos poetas quando qualquer música que tenha uma mensagem, uma reflexão ou apenas uma linda melodia, toca-nos tão profundamente que faz as lágrimas escorrerem em um deserto de poesias...

Quando já não andamos mais sem um caderno e uma caneta na bolsa...

Descrobrimo-nos poetas quando estar ao lado de alguém, tem que ser muito mais do que só costume, tem que ser loucamente intenso e forte, avassalador, companheiro, inspirador, soma...para todos os dias escrevermos poesias e versos...senão...

...é melhor o poeta ficar mesmo só!!!

Por Raé Poetisa - 20/10/2017