As nuvens de algodão e a vida na contramão
O tempo indicava o terceiro quarto daquele dia
Brilho intenso e escaldante vestia aquela tarde de verão
O sol impiedoso, em cascata banhava o campo verdejante
O capim gordura exalava seu cheiro como azeite ao fogo
Sentado sob a sombra daquela árvore, fechava os olhos
E volitava ao sentir a suave brisa beijante tocando a minha face
Meus pulmões se aliviavam ao tomar aquele ar tão puro
A dores iam desaparecendo e meu coração serenando
Minha mente, agora serena, alongava os pensamentos
Instante em que fui abraçado carinhosamente pela natureza
Abria os olhos e assitia a letárgica dança das nuvens de algodão
Já não me lembrava que lá fora a vida seguia na contramão
Então, meu espírito se eleva como se a terra e céu se encontrassem.