noite eterna

o ANO é DOIS MIL E DEZOITO

a CÂMERA é um abutre que sobrevoa

os destroços do planeta BRASIL

o LIXO TÓXICO

a CARNIFICINA e a AGRESSÃO

da nossa juventude

os prédios inacabados de heroína

onde vagamos como MONSTROS deformados

esbarrando

uns nos outros

fazendo gestos de masturbação debaixo

dos viadutos imundos

entre árvores mortas que crescem

no meio dos muros

torcendo o nariz pra pornografia barata

dos noticiários

as putas com GARRAS DE AÇO

perguntam se eu quero um pouco

da COISA BOA

enquanto fodem DEUS com

o dedo do meio

e desfilam sem calcinha sob a luz do néon

e as ruas cinzas de fortaleza

"criança você tem que sangrar um pouco",

mas eu guardo VAMPIROS escondidos na manga

nós moramos nas favelas do futuro

onde a vida não vale nada

e eu não quero sair desse

PARAÍSO tão cedo

eu quero ir pra berlim gravar um

álbum experimental

e derrubar o muro

com batidas eletrônicas LO-FI

eu quero luzes de néon amores e DIY

e conversas que antecedem

um assalto

o ANO é DOIS MIL E DEZOITO e

nós viveremos para sempre

Arthur Rabelo
Enviado por Arthur Rabelo em 26/01/2018
Código do texto: T6237059
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