Proibida

Sei que desejas me conhecer, descobrir o que eu mesma desconheço. Quer enxergar minha alma, através dos meus olhos – uma curiosidade proibida –, minha alma é proibida.

Desejas conhecer os caminhos que percorri, os lugares em que vivi. Quer estar em meus sonhos, e habitar meus pensamentos – uma curiosidade proibida –, meus aforismos são proibidos.

Sei que quando dormes, vem visitar-me. Seus sonhos são sempre os mesmos, onde eu habito. Eu, e nada mais – não devias, sou proibida – meu deleite é proibido.

Milhares de perguntas te rondam, dúvidas sobre mim. Queres saber se existo ou não – não saberás, pois sou proibida – e as respostas são proibidas.

Seus olhos atentos observam-me: a cada palavra, a cada respiração, e a cada misero gesto que incluo, eles me circundam, tentando decifrar-me – resista, sou proibida – meu segredo é proibido.

Meus olhos castanhos, revelam-me, não notas? Apenas observe-os, e terás suas respostas. Não anseie mais – sou proibida –, meu mundo é proibido.

Indagas sobre mim, arriscando enxergar através da minha pele. Sua percepção percorre por cada palavra falada, sua mente busca uma razão – que não existe.

O Tempo se perde por entre os dias, e você não consegue livrar-se de mim. Se pudesse, o que você faria com tudo isso?

Fabiola Teleken
Enviado por Fabiola Teleken em 07/02/2018
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