de volta ao retrô
quando escrevo,
transcrevo um filme que passa
na minha cabeça
como uma sessão de cinema particular
um filme ruim, sem enredo
propriamente dito
um roteiro surreal
e não-linear
e é daí que vem a minha loucura
toda a minha doçura
eu escrevo com o sangue
que jorra das veias dos suicidas
e dos loucos
eu escrevo com a dor de mil
poetas por aí
eu escrevo com a agonia
da insônia e da perversidade
e é onde eu crio o esboço do exoesqueleto
do meu caos.