Dias normais

Das ruas sujas, saudades espalhadas na mente.

Vão se as festas e fica um pouco da gente.

Ilusões desenhadas por tempos se penduram nas fumaças esvaindo-se em distâncias. É que a vida é feita de momentos e de um tempo só.

Aquele tempo que impiedoso passa no alvoroço das comemorações.

É o mesmo tempo que passa em frente à quietude do dia seguinte.

Lavam-se sobras e restos e resta ainda a necessidade de se lavar a alma. Beiras de portas, esquinas espreitando janelas, assim como ficam as coisas voltando à rotina.

Vão se os desfiles; ficam as passarelas sem enfeites.

Seguem nostalgias atrás de pessoas que mais tarde irão lamentar o passado. Todo lamento é perda.

As emoções são peculiares às razões. A diferença, é que a primeira é audaciosa; a segunda é somente aventureira ou paisagem quieta.

Seres tão cheios de si, formando multidões para se preencherem dos outros. O amor e o ódio e todas as suas relações se mostram na junção das pessoas, empenhadas em festejar algo.

É que seres humanos são intuitos e projetos; e são instintos e objetos da necessidade de se fazerem conjuntos, somente para atentarem para sua particularidade, que antecede e sucede cada festa em si.

A vida não passa de ilusão, na avenida sem máscaras e sem fantasias, dos dias normais.

Takinho
Enviado por Takinho em 15/02/2018
Reeditado em 26/12/2018
Código do texto: T6254774
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