" Quando o jogo vira...*

(...) " Acordou de mau humor!

Brigou com o espelho, com o sol que entrava pela fresta da janela de seu quarto, com a dieta, com o cachorro que insistia em latir às 10:00 da manhã de um sábado ensolarado.

Olhou-se novamente no espelho, e o que enxergava, era o amor dolorido, ferido, machucado, dentro de seu peito.

Ela não enxergava-se!

- Bruxa!

-Devolva a fada que voce comeu!

Disse ela, fitando sua própria imagem.

Os olhos carregavam uma certa melancolia.

Respirou fundo, revirou os olhos, pegou um vestido qualquer, prendeu os cabelos de um jeito qualquer, e saiu.

Bateu a gaveta, os pés, a porta e foi.

Precisa respirar. Sentia-se sufocada.

Caminhou, chegando até a esquina. Sentia falta de algo.

Mas o que? O que estava lhe faltando?

Que vazio era aquele, que a fazia sentir o peito oprimindo e comprimindo?

Sentia solidão. Olhava ao redor.

Pessoas e mais pessoas, passavam por ela sem a enxergar.

O mau humor a fizera invisível.

Invisível para ela, para o mundo, para as pessoas.

Sentiu saudade de si mesma, e como um cataclisma, despertou!

Numa virada de rumo, retornou a passos largos pra casa.

Abriu a porta, olhou-se no espelho, sorriu para si mesma, abriu a gaveta do peito, e tirou dali o amor.

Deu-se conta que havia "esquecido" o principal trancado dentro da " velha bruxa".

O amor próprio.

Conquistou-se!

Amou-se!

E matou dentro de si a bruxa malvada, libertando então a fada, que insistia em brilhar.

Perfumou a pele, guardou o amor próprio em sua alma, e iluminou-se!

Brilho nos olhos.

Bruxa exorcizada

Mau humor vencido,

E o mundo ganhou.

Sorriu, e foi....

Dona de si mesma. Na certeza de que, amores vem e vão. Ficando sempre, apenas o verdadeiro amor.

O próprio!

( Pobre Doce Menina )

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 26/02/2018
Código do texto: T6264629
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