É que a tarde enamora-se da noite

É que a tarde vai caindo e a noite já vem ávida,

com mãos escuras para não deixá-la ir ao chão.

Em doce arte do universo pintarão estrelas no céu.

Um luar suspenso se fará de brilho vestido pelo sol.

A tarde se aconchega na rede dos arrebóis;

E desce serena por detrás das paisagens e cidades.

Canções que o silêncio ouve; Apenas ele se encanta.

Amores que se faz a cada dia, pessoas que se desfazem sob amores, porque a desilusão é da cor da noite.

A diferença é que a noite dá escuridão, mas oferta luzes.

Passam pessoas apressadas nos caminhos de volta para casa.

Passam sentimentos atordoados nos caminhos sem volta para casa.

É que a tarde leva o fim do dia e o entrega à noite;

que às vezes tem colo de esperanças. Outras vezes tem medo e ausência. Tem noites com dedos de carícias e desejos.

Os lares se vestem de gente, compartilham sentimentos.

As ruas se despem despudoradas abrigando na pele, afagos de brisa.

Deixam-se tatuar por pés que caminham solitários

e por corpos que se abrigam ao relento. Machucadas e trincadas de um dia, oferecem ainda o corpo para novas feridas, que automóveis provocam no indo e vir infinito de todas as horas.

É que a tarde enamora-se da noite; E juntas escurecem num abraço de despedida e ao mesmo tempo de encontro.

Takinho
Enviado por Takinho em 02/03/2018
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T6268644
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