Quem és tu?

Quando não se esperava mais para ver cair uma gota sequer de chuva no recôndito árido das afeições sinuosas. Quando o futuro se tornou turvo e as esperanças dispersas em escolhas movediças. Quando o sorriso passou a ser resultante de um breve deleite dos momentos bem-dispostos...

Foi nesse ensejo que ele veio. Imperceptível, como a chegada da noite ao fim da tarde. Como o tempo que passa ligeiro para a criança que cresce. Como a formação das nuvens sob os ventos do inverno. Sem arranjos. Sem anseios. Sem danos. Sem forçar os planos. Um único olhar e uma certeza acontece. Os sorrisos simplesmente correspondem...

A breve conversa é como uma fonte de águas correntes e cristalinas. Os pensamentos parecem se casarem e a coincidência é a irmã gêmea de tudo. É gerado então ali um desejo – que logo nasce! – de estarem, os dois, sempre juntos. Uma separação nessa fase, por menor que seja, seria para a mente humana um absurdo!

O “sim” logo precede o pedido e o “não”, quando surge, é limitado. Com o tempo, o que era regra é esquecido ou, tão somente, ignorado. A razão perde de si a coerência e a compreensão é uma porta aberta para tudo. Até chegar ao momento em que tudo pode e a entrega é por inteiro...

Quem és tu (os pensamentos indagam) que chegas assim tão de repente? Devo chama-lo de amor ou tens tu outro nome? Veio mesmo por acaso ou responde a um chamado meu, que por ti espera há tantos anos?!

...E por que será que um único olhar tudo responde?!

Jaildes Ferreira
Enviado por Jaildes Ferreira em 02/03/2018
Reeditado em 03/03/2018
Código do texto: T6269048
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