O CAMINHO DAS VIRTUDES... é uma vereda (estrada rudimentar geralmente desenhada pela própria natureza na tela de terra batida que dá acesso ao Sertão Bonito.
- Um esconderijo a céu aberto que tem por paisagem a agreste vegetação  do interior do Rio Grande do Norte . Quando saímos do asfalto e entramos neste caminho,  podemos encontrar várias placas ali colocadas pela  Autora Rita Saldanha (Filha do Poeta).  Este caminho que eu já percorri algumas vezes  seria um poema do “Cordelista Zé Saldanha” ( falecido em 2011) o qual, por esse motivo,  não chegou a ser editado mas, ficou na lembrança dos seus Amigos e descendentes que acabam de comemorar a data do seu Centenário de Nascimento.
Veio-me isto a propósito de uma palestra realizada ontem (25 de Março de 2018) pela Professora  Raissa Ebertt.  Ali eu tive a oportunidade de citar alguns pensamentos,  entre eles este que eu guardei no Meu Livro-Album “Molduras em Pensamento... ou Pensamentos Emoldurados”  (ainda não publicado”)
“Circunda-te de Rosas... bebe e cala”. Tudo o mais é paisagem! (Fernando Pessoa)  -  Eu incluí este pensamento do Mestre Fernando Pessoa - Poeta Maior da Lingua Portuguesa do Século Vinte neste meu Livro-Album, aonde, e... como sempre aprendemos a LER NAS ENTRELINHAS os pensamentos dos poetas que nos antecederam.
Eu pessoalmente, já me encontro rodeado de rosas para, delas podermos podar os mais recentes vícios da poluição que nos rodeia;  são vícios morais, vícios espirituais,  vícios materiais e até transcendentais que nos afastam em vez de nos aproximarmos do próximo e da natureza. Nelas, nas flores... nós  Bebemos o perfume das rosas e calamos no silêncio do nosso íntimo mental para então contemplarmos tudo o mais que nos rodeia com a nossa melhor cara de paisagem, pela surpresa, cara de raiva pela fúria da incompreensão, cara de bondade pelo prazer de olharmos em volta!
Este termo "cara de paisagem" é uma alegoria inversa à hipocrisia que hoje vemos na cara das pessoas à nossa volta, suplantadas por uma eterna displicência de amigos virtuais e não só, muitos conhecidos!...  e tantas vezes  até familiares! Tem gente que por ideologia apenas vegeta não se cultiva, não conversa, não se solidariza, não se educa, não cria, não sonha nada!!!... simplesmente: nasce, cresce, envelhece e, por fim leva mil coroas de flores aonde já não mais as poderá beber!,.. só calar no fundo da alma o que elas tinham para nos dizer enquanto viventes.
Nesta palestra da Professora Raissa,  foi também destacado  o tratamento auto-terápico que os jardins, os caminhos, as veredas das virtudes humanas, as paisagens ao alcance da vista, e muitas outras imaginárias influenciam o nosso coração... daí chegamos a um ponto de reflexão; qual o tamanho do coração de cada um de nós?!... Quantas virtudes cabem nele?   
Victor Hugo (Escritor Francês) nos dizia que “quanto menor for o coração mais ódio ele pode armazenar “!... embora isso não tivesse sido mencionado na palestra,  veio-me à lembrança o “caminho das virtudes” do Poeta Zé Saldanha  durante a ação da terapia –jardim; Sabedoria, Obediência, Paciência, Tolerância, Perseverança, Humildade, Caridade, Respeito, Fé unipessoal  para todos e sobretudo para nós mesmos,  são paisagens indispensáveis para uma vida serena e tranquila.
Este , com certeza,  seria o Cordel prometido pelo Zé Saldanha, que Deus Já Lá tem.
De: Silvino Potêncio “ Um Caminho de Virtudes”
 
 (Uma Glosa ao Tema do Cordelista Zé Saldanha)
 
Nas pedras do meu caminho,
Eu escrevi muita virtude...
E na passagem pelo açude,
Ao  ver a paisagem eu pude,
Olhar dentro de mim com carinho!
Cá dentro do meu coração,
Debaixo da palma da minha mão,
Eu senti com emoção...
    - Meu Deus obrigado pela tua benção!
 
Agradeci pelo meu destino,
O de escrever pelo caminho,
A benevolência e a tolerância,
A Fé que eu tenho desde criança...
- Ao passar por este meu caminho!
Onde tudo me vem à lembrança.
Foram anos de sofrimento na subida,
Foram lépidos os momentos felizes da vida!
Por isso eu os escrevi na pedra,
Para que o tempo os não leve...
 
Mesmo daquelas que me esqueci muito breve!
No meu caminho há virtudes,
Que mostro sem gestos mas com atitudes.
Que canto sem coro ou sem alaúde,
No meu caminho de virtudes,
Deixo todas que eu ia levar no ataúde!
(in: “POESIAS SOLTAS “ – Março 2018 )
 De: Silvino Potêncio  - Emigrante Transmontano em Natal/Brasil

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 26/03/2018
Reeditado em 26/03/2018
Código do texto: T6291410
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