viagens líquidas sobre iluminação natural.

enquanto esboçava sorrisos

elaborados para a câmera,

levemente sensuais,

imitando um modelo francês

qualquer, reparei por um átomo

de tempo, em como a luz

se infiltrava pela minha pele,

distraído do palco dos outros,

meu próprio, indaguei sobre

a fina película que envolve

nossos olhos,

sobre como vamos perdendo

partes e ganhando partes

e perdendo partes infinitamente

na roda das coisas, que desde que

o mundo é mundo que nada

faz sentido.

aplico um filtro rebuscado

sobre a forma que eu vejo

o mundo e o corpo

que se move, exposto,

animado pelas fantasias

anônimas do público

e por ele mesmo, dançando

continuamente sobre túmulos

e pátios e creches e escolas,

uma sansara entre viver

e existir. (re)existir,

quando nada mais perece

de fato.

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 08/08/2018
Código do texto: T6413303
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