paralisante desejo

uma pequena adaga se move

no escuro do quarto,

formigas passeiam livremente

pelo seu corpo, a cara de horror

estampa a vitrine que veste

seus olhos, sua boca

muda, gesticula

coisas obscenas e breves,

um óleo pegajoso que te gruda

os braços, arranha teu rosto.

cada hora do dia é um crime,

existir preso e existir cansado,

cercado de muros, espelhos,

caminhos, confissões.

uma pequena vela tremulando

sozinha no vasto rio

do esquecimento

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 26/08/2018
Código do texto: T6430974
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