O FAUNO E A GAZELA
Olhos nos olhos, almas em almas, defrontam-se em paixão que nega o próprio coração. Lágrimas copiosas rolam testemunhas da dor, do sofrimento, do amor em agonia. O Fauno deseja a conquista, a Gazela pula em sua vista querendo e não querendo o sacrifício de ser presa em seu harém. Entre cítaras e flautas o vinho de Baco é oferenda, e o beijo da taça enfeitiçada nos lábios angelicais da Gazela abre a aurora sorridente da deusa.
Concede-me a graça de teu amor, despe o que te cobre minha flor, diz o Fauno, pois sou rei e irei amar-te eternamente. No fervor da volúpia entre gritos lancinantes entrega-se a Gazela à sina que é só dela, e deixa-se tomar pelo Fauno em êxtase inebriante. É o fim de uma batalha e o início de outra.