A lágrima

A LÁGRIMA

Era uma vez uma lágrima que habitava um coração angustiado. As tempestades internas, provocadas pelo amor, agitavam aquele mar com ondas gigantescas. Temendo afogar-se naquele oceano, a lágrima resolveu sair dali e procurar refúgio em outro lugar. Escalou com dificuldade montanha acima e, quando encontrou uma janela, de lá olhou o mundo exterior. O que viu, assombrou-a. Os conflitos e guerras eram bem maiores e devastadores que os ela conhecera. As angústias e inseguranças, incontroláveis.

O que fazer? Pensou a lágrima.

Pergunta difícil de ser respondida. Mas, decidida e impulsiva, deixou-se deslizar de volta ao coração, onde a tempestade que a fizera sair já havia passado. E ao chegar lá, foi embalada pelas marolas, em que os vagalhões haviam-se transformado, sentindo o conforto da brisa fresca de um novo amor, acariciar sua face ainda úmida.

Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 10/09/2007
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