Vou-me embora de mim.

Sim, vou-me embora de mim.

Cansei das velhas roupas que me deixei vestir

Cansei de não ter sequer para onde ir

Pois amarras deixei-me infundir.

Idéias secas, sem esperança...nada para me iludir

Não gosto dos versos tristes, mas o monstro em mim, não me deixa seguir.

Vou-me embora de mim. Isso é morrer?

Não, mas é deixar de viver.

Há para onde correr, numa gaveta se esconder?

Desesperança, não consigo mais me entender.

É uma fase? uma frase, uma crase?

É uma cratera que se abre na alma, um desassossego a doer.

Vou-me embora para dentro de mim, pois que fora nada há.

Recolherei meus sonhos dos varais da vida.

O sol inclemente os ressecou, o vento do norte esgarçou fazendo ferida.

Penso que vou, mas na verdade...já fui.

Carla, (Voando Alto) 11/09/2007 ás 09:48

Voando Alto
Enviado por Voando Alto em 11/09/2007
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