A Morena e a Siriema...



Parecia que o amanhecer não chegaria nunca mais
Quando a solidão deitou-se ao lado da moça de Batatais
Que cansada repousou seu corpo sobre o leito
Sonhando que o travesseiro tinha a proteção do seu peito
Assim que o galo cantou vestiu-se de esperança
Com o pensamento distante
Sorriu contente feito criança
E saiu balançando os quadris pela velha estrada
De vez em quando rodopiava
Mas sempre segurando o vestido
Travessuras de uma simples moça apaixonada
Que a ninguém ofereçe perigo
Nascia assim mais um longo dia
Ela ainda não sabia
Mas já se encontrava na eminência da poesia
De repente um võo rasante riscou o céu
Preso na cerca um animal pedia socorro a Raquel
Onde existe amor agoniza os problemas
Ferida pelo arame estava um filhotinho de siriema
Quando me ajoelhei naquele chão
Jesus guiando segurou na minha mão
Só quem foi ferido por dolorosos espinhos
Sabe a importância que tem um carinho
Um ensopado temia virar a pobre siriema
Quando se encostou no coração de uma morena
Ali sentiu que estaria protegida
Não existe beleza maior do que a vida
Quando melhorar darei a ela a liberdade
Porque nada é mais sublime
Do que um amor voltar por mérito da saudade
Nesse dia veremos juntos o alçar suave da linda siriema
Enquanto nos seus braços alçará
O primeiro võo solo de uma morena...





                                   




 
Raquel Cinderela as Avessas
Enviado por Raquel Cinderela as Avessas em 20/10/2018
Reeditado em 20/10/2018
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