Síndrome do Primeiro Amor

É muito duro que todas as vezes o meu ato de escrever seja sobre você.

Porque eu leio sobre a coragem, eu me enxergo e me repito: sou uma mulher real e forte.

Mas todas as vezes eu desabo.

É muito duro que mais uma vez eu tenha tido uma recaída, senão a pior, de você. Porque você, comparado á outras drogas é aniquilante.

O meu corpo, minha mente, minha rotina sofrem as consequências de nosso encontro catastrófico.

Não para você, para mim.

Pois depois de chegar em casa depois daquele encontro ás 22h da noite e não receber nenhuma mensagem, diz muito. É uma mensagem.

Eu era só mais um corpo para você entrar, porque queria e precisava e não porque gostava, e eu sabia. Mas todas as vezes eu vejo na mesma situação. Eu luto bravamente contra o meu livre arbítrio, contra a minha vontade de fazer com que de alguma maneira você continue na minha vida. E meu corpo viciou-se, nem que fosse dessa maneira eu queria. Contrariando a mulher real e forte que sou, quando você bate na minha porta toda sanidade que cativo, cultivo e principalmente me motivam se vão. E eu lamento, lamento todos os dias da minha vida desde aquele ano por ainda não ser a mulher real e forte que me vejo em toda e qualquer outra situação, por não ser nessa. Por não ter achado, descoberto e tentado de alguma forma um antidoto contra você, porque de todas as drogas que eu já dispus na vida, você foi a pior e mais dolorida.

Eu batalhei por tantos e tantos dias para que meu corpo ficasse bem, para que eu pudesse seguir minha rotina sem precisar pensar em você, ou se você estava com ela, se pensava em mim ou disfarçadamente olhava pelo vidro para ver se não estava em frente ao portão da sua casa. Eu lutei com a minha memoria mais viva e humana. Eu lutei com o meu corpo que de alguma forma sempre anseia por um amor que é seu, mas que no fim não me é dado.

Todos os acontecimentos que eu dizia advindos pelo céu ou o destino desde 5 anos atrás hoje eu enxergo como maldição, porque, cada respiro meu enquanto eu redijo esse texto, o meu corpo tremulo de uma dor que eu não consigo explicar senão por: você; os meus olhos ardidos e minha cabeça ainda em você me pesam o mundo inteiro e eu faço todas as preces , á todos os deuses existentes no universo para que de uma vez por todas você saia da minha vida.

Para que eu nunca mais espere ou receba uma mensagem sua, pois elas significam a morte daquilo que eu batalho todos os dias para não ser.

Eu espero não ficar presa á sombra da síndrome do meu primeiro amor, do meu primeiro amor que não me ama, que nunca fica, mas que não vai. Os 5 anos que você vai e volta me pesam hoje muito mais do que uma tonelada nas costas. Eu preferia carregar elas do que carregar esse amor por você. Será que eu também fui o amor da sua vida? Ou só você carrega esse fardo?

sarovisk
Enviado por sarovisk em 19/11/2018
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