Conversa com uma estrela

E havia apenas uma única estrela no céu, sozinha na imensidão do infinito, sem muito brilho.Ela e apenas ela, sem nebulosas ou nuvens.Brilhava algo único.Certa vez perguntou-me o porquê da solidão e fez reclamações de tal situação.Eu apenas respondi que ela bastava, afinal seu brilho é único e me consola em noites frias.Contestou-me ainda.Disse-lhe que bastava por que era suficiente saber que olhas a mesma estrela só, perdida no céu.E que talvez pense em mim.A estrela pensativa, talvez por não compreender tais palavras, disse-me que continuava a odiar tal posição perante o Universo.Fui-me.

Na noite que seguiu perguntou-me por que uma mera estrela, semibrilhante, podia deixar-me tão feliz.Resolvi então lhe explicar o que sentia toda vez que a contemplava.Falei sobre minhas poesias, aquelas que nunca terminei.Contei também dos sonhos que tive acordada, sobre os olhares eternos, momentos únicos.Expliquei-lhe o Amor.Interrompeu-me em alguns momentos para enfim perguntar-me o porquê de tantos sintomas e sensações.Disse que não há motivos para o Amor, nós simplesmente amamos.Sem questionar, sem ir contra.A estrela, emocionada, agradeceu-me e enfim entendeu toda a sua importância.Ela é como a certeza de cada sentimento.A pessoa a quem nos dedicamos olha a mesma estrela e nela vê a mesma beleza, a mesma simplicidade.Isso é o Amor.E por fim, a estrela disse-me apenas que este meu Amor duraria enquanto ela continuasse a brilhar...

Luanda Clara
Enviado por Luanda Clara em 16/09/2007
Reeditado em 16/09/2007
Código do texto: T654725