Nas plantações de Café!...
Eu Trabalhei de sol a sol.
Plantar, Colher, Secar e até...
Torrar, Moer e  Beber,
Bem devagarinho, cada Gole!
Eu tinha apenas uns 15 anos,
Quando eu cheguei à Roça.
Conheci gente nova,  só de panos...
Se cobriam das partes aonde coça,
A vontade de amar de sol a sol! 
 
Café Verde da cor da esperança,
Que sai detrás das folhas e das flores,
Aparecem grãos pequenos em abundância,
Que depois ficam vermelhos com odores...
 E nos convida a sonhar de sol a sol.
No Terreiro ele se espalha,
Ali deitado e rodado noite e dia,
Até chegar ao ponto da mistura
Em segredo natural da sede pura,
O Café me faz sentir...
Esta lembrança que há muito eu não sentia!... 



Café (de Cevada) Soldadinhos de Chumbo e Dickie Toys!...

Recentemente eu recebi esta foto via internet a qual não tem autor, e tão pouco eu não sei quem ma enviou, porém o tema tem muito a ver com a minha história literária e também um pouco com a minha própria história de vida Emigrante - Eu comecei a tomar café (de cevada) ainda criança porque a Minha Mãe comprava os pacotes na Mercearia em Mirandela, e como traziam dentro aqueles brindes do tipo "soldadinhos de chumbo" e "dickie toys" quanto mais depressa se acabava o café, mais depressa ela trazia outro pacote... pena é que ela só ia a Mirandela uma vez por mês e às vezes nem isso!
O resto desta história está no meu Livro Auto Biográfico "Curriças de Caravelas - Trovas Comentadas"...

Durante os quase 11 anos vividos intensamente em Angola, eu fiquei ligado ao Café desde o primeiro dia que desembarquei em Luanda até ao último dia que fui forçado a partir. Restam-me estas lembranças lá vividas, e rememoradas tantas vezes nas mesas do Café Bahia, na Arcádia,  na Marginal de Luanda no início dos anos "70" do século XX, depois que eu saí da Roça para ir cumprir o meu Serviço Militar obrigatório.

 
Ah, ah!!!… o Século Vinte! ... O Século do “vin-te” buscar para irmos para o meio de coisíssima nenhuma,  que é tudo quanto nos restou na hora de dizer Adeus… isto porque aos 25 anos de idade a minha vida era um Livro Aberto com as folhas soltas ao vento, mas de repente, não mais que um simples repente, surgiu um furacão arrazador chamado de "Descolonização do Ultramar Português" a maior tragédia da história de Portugal em 900 anos de vida. 

Autor: Silvino Dos Santos Potêncio - Emigrante Transmontano em Natal/Brasil

 
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 02/04/2019
Reeditado em 23/06/2019
Código do texto: T6613871
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