Aprisionado

Vi sua pele arrepiar-se em raios violetas que iluminaram o quarto como uma manhã de verão em um campo de lavanda.

Ouvi sua respiração ressoar como as ondas de um mar calmo, embora seus olhos fossem pinturas de um oceano não-pacífico. O destino parecia escrever caminhos sombrios em suas costas, como um fardo pesado demais para carregar no peito.

Suas mãos, como correntes forjadas para me aprisionar, acariciavam minhas feridas e coagulavam meus medos.

Beijá-la era como morrer em explosões cósmicas de caprichos egoístas e fogos de artifício na virada do milênio.

Se eu pudesse descobrir os segredos das melodias que ecoam através das batidas do meu coração disparado, por toda extensão da garganta e das bochechas, talvez pudesse finalmente te expulsar dos meus mais profundos desejos.

Fernanda Oz
Enviado por Fernanda Oz em 18/06/2019
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