Verso contido.
Um verso enfurecido na placenta se revolta!
Chuta, grita!Invoca todas as facas...
Mas a fala na superfície é inflexível, não quer concebê-lo.
Um verso explode cada letra de nervosismo e raiva,
Os pingos nos “is” são pavis curtíssimos, embaralham e desembaralham as palavras, mas a pseudo-consciência moral é dura e não quer admiti-lo.
Um verso ultrajado quebra, por todas as vezes que se chocou com a delimitação membranosa da bolsa. As palavras belicosas brigam entre si.
Despedaçadas todas elas, a fúria já é cinza e o sentimento adormece...
Só então o lacre é rompido.
Bah!
Rompimento tardio...
A fumaça escura que sucedeu a batalha de palavras idealistas e ativistas numa antítese enfurecida, foi só o que restou, o que conseguiu ser visto...
Mas ainda hoje as palavras que aguardam numa fila indiana seu uso se machucam nos destroços do verso oprimido.
A causa dele não foi destruída...
Os pedaços ardem impenitentes.
Um verso cujas vírgulas apodrecem...
Mesmo despedaçado, a idéia sobrevive...
Um verso gélido e agora sem pausa,
Um verso que se conserva ainda mais ardente!