BUSCANDO O AMOR

Evaldo da Veiga

Não digo: - Venha comigo sob minha direção!
Posso perder-me e te levar aos descaminhos.
O projeto de duas vidas tem que ser feito por dois.
Cheguei aos sessenta, entendendo agora,
que pouco sei, mas que muito posso aprender.
Repito as idiotices de antes, isso é a sensação pior;
mas o mais grave mesmo, seria deixar de tentar.
Nada disso de ser o bonzão, não é por ai, mas tentar
ser melhor de mim mesmo, vale a pena tentar.

Sou adulto e muitas vezes menino.
Não consigo pleno discernimento, pudera,
sou dispersivo, adoro brincar. Brincar e amar.
Brincar de fazer amor é quando se faz a coisa
mais produtiva, em termos de recrear, brincar sem enjoar.
Sem alguém por perto, brincar sozinho:
tantas imagens armazenadas,
tantos momentos que se pode reviver.

Lembro sempre da minha amiga que envia
e-mail pra si mesmo, em altos elogios:-
“você é uma graça, super deliciosa, vale a pena te amar”.
Elogio nessa dimensão é o que envia pra si mesmo
quando se sente só ou um tanto desanimada.
O humor melhora de pronto, e vem o sorriso,
vontade boa de viver.
Pensei que jamais faria o mesmo, faltava coragem,
mas acabei fazendo, é mais uma forma de amar,
brincar e viver.

Alicerçado no amor estamos livres, pra ver, sentir e pensar.
Do amor decorrem todos os bens, isso é o “beaba”;
entretanto, não se sabe o porquê, muita gente se põe a duvidar,
mergulha em dúvidas se de fato existe o bem,
e a dúvida insana, é o início da grande dor.

Esse comando que não se consegue definir, lindo e intenso,
este sim, conhece o caminho e sabe onde se deve chegar,
é o nosso Deus.
E ele está dentro de nós. Deus é nosso e de todos.
E, em multiplicando amor,
sua capacidade de doar-se se expandiu ao infinito.

Fugindo de nós fugimos de Deus.
E na distância criada, damos espaço ao mal.
Tudo muito simples: o amor é o bem maior.
O amor é Deus, Deus é amor.

“Vai minh´alma em amor embebida,

entregar-se ao nosso doce Deus”

 
Imagem: Tela do Salvador Dali

evaldodaveiga@yahoo.com.br