Um mar de óleo

Enquanto o mar de óleo não chega,

me banho nas águas azuladas

do mar de Paripueira.

Sentimento de despedida,

de último banho,

não segurei o mar de lágrimas.

As lágrimas que caiam sobre as ondas espumadas,

levavam uma mistura de tristeza e raiva.

A tristeza de saber que ondas de óleo se aproximavam

e as ondas brancas se encontravam indefesas.

A raiva incontrolável da irracionalidade humana,

da vida banalizada.

Um mar de óleo

Um mar de morte

Um mar de sofrimento

Um mar de famílias sem pesca, sem pão

Um mar de seres agonizando no mar

Um mar de luto

Ainda há tempo para a primavera??