NÃO VOU MAIS PARA PASSÁRGADA!

Sem querer parodiar, ninguém

Mas já parodiando o Gordo e aquele Poeta:

Vou-me embora pra não sei onde...

Amigo do rei, só mesmo do rei-mundo

Deste meu mundo, penso pra um outro...

Fora desta atmosfera, penso na cratera

Daqueles vulcões do Planeta do Pequeno Príncipe

Poderia escolher entre aquele de pouca atividade

E o duvidoso, de que já se dissera extinto

Mas que nunca se sabe...

Ou pra Terra Do Nunca, aonde nunca posso

Nem devo escolher mulher, nem cama!

Teriam que me escolher, teriam de dizer

Que de mim, não fugiriam para um lugar melhor

Viver com ar condicionado, só no quente

Que não se derreteriam num ato de amor!

Por aqui, nada mais, como era antes

Estão me levando pra onde não sei, talvez a sério

Não sou amigo do rei, só do rei-mundinho

Um cara imundo, ainda bem que só por fora

Enjeitei oferta da amizade de gente limpa, só por fora

Andando por ai de calças novas, de uma grife bem antiga

Que nunca, nos bolsos, levaram nada de ninguém

Compradas, ainda hoje de manhã, ou não tem bolsos

Ou faltou tempo de passar pra receber a mensalidade

Que não é mensal, semanal, mas bastante, imoral...

Pro leite da criança, esperança de que não siga exemplo

do papi, da mami, do brother mais velho!

Um leite contaminado, fermentado pelo Bacillu falcatruae

Vem do Bove congressae, na intenção de passar adiante

Estilo de vida, muito próprio destes animais humanos. Humanos?

Não sei se vacas das alagoas, dão tanto leite

Nem tanta carne, bois! Milagres no Sertão do Padim Ciço

De Lampião, que não nos ouçam estes santos, cidadãos

O gado brasiliensis, este sim, tem preço

Comprado por bilhões, bezerra, ainda, no começo!

É demais pra quem já viu sua própria mãe devolver ao seu lugar

Brinquedo encontrado à beira da estrada, por que não era dela

Nem do seu filho, que pudessem levar para casa, como um presente

Que nunca tivera como lhe dar!

Uma lição para todos os meus dias! É demais, pra mim!

Acho que vou fazer as malas! Não vou, mais, para Passárgada...

Nem para o tal Planetinha de Saint Exupry...

Vou para dentro dos palácios dos poderes desta República

Onde se cria e engorda gado sem nenhum esforço

Cobra-se pedágio de bandidos, compram-se os votos necessários...

Onde tudo é honestidade, lisura, hombridade...

Não é, nenhuma, ironia, é que sou ingênuo, pra burro!

Sobradinho-DF, 04-10-07 - abello