Noites do Norte
Uma chuva branca cobre a noite com fino véu. Na sombra, prédios borrados tremem por detrás das vidraças. Alguma vida respira e não se move, ilhada no fosso de um só pensamento. Quando cessar o inverno do meu tempo, a alma já velha de outrora virá à janela, celebrar em outro tom as bodas celestiais junto à nesga de rio que serpenteia silente na margem esquerda da escuridão.