Boneca de Pano!!!

***Nesta poesia não estou falando de mim, apesar do pronome "Eu". Mas de alguém que tenta importunar e impantar a divisão, na vida dos amigos poetas do "Amado Recanto". Apesar de fantasiar alguns versos como "pacifista e ambientalista", o que estou mandando, na íntegra, é um Recado, Sai da toca e pula, maligna! ***

Não sou a pessoa maravilhosa

Que pensava ser

Hoje, vejo em mim, tantos pecados

Tantos atos errados

Que doce ilusão, pensava não os ter

Não sou melhor que o pecador da esquina

Não sou nada, nem melhor que ninguém

E não aposto que já aprendi

A ser uma pessoa melhor

Humanamente lavei minhas mãos

Errada que nem Pilatos

Não fui humilde

Lavei o sangue que escorreu no prato

Entitulando-me pacifista e ambientalista

Defendendo com garra, os pobres e inofensivos

E os indefesos na vida

Olhei meu coração frio e imóvel

Torpe. Nojento. Desconforme

Não! Não sou nada do que pensava ser

Mas hoje, exatamente hoje

Pesando-me na balança

O que vi foi uma mulher vazia

Que não estendeu a mão ao próximo

Que quebrou os mandamentos

Que prometera um dia

Achando que conseguiria

E, mais irônico ainda,

Achando que já cumpria

As leis Divinas do Sagrado

Não... não sou o que deveria ser

Defendo tanto e tantas coisas

E encontro-me como um barco náufrago,

No oceano, mar de ondas,

Vejo meu espírito perdido

Tantos fantasmas ancorados

No leme anestesiado do meu coração

Vi-me egoísta

Um monstro, faltando apenas as garras

(se é que já não existia)

Pobre mortal que se achava boazinha

Mais do que enganar os outros

(Mea culpa! Enganei o tempo todo)

A mim mesma. Que covardia!

Vil, desumana e mesquinha

Porcaria disfarçada de purpurina

Fedida não menos que todos os viventes

Repleta de torpes erros...

Mais ironia. Quanta ironia!!!

Nada além de audácia e soberba

Nada sou. Um rosto pintado

Adornado de bijouterias

Neste momento, vi o que resta de um trapo:

Sem alma, vago vazia

Vil, vulgar e cativa

Estrela sem luz própria

Bela mulher no espelho do escárnio

Roupas, ornamentos e pintura

Mulher sem coração

Boneca de Pano

Pano de prato.

Rose de Castro

A 'POETA'

Rose de Castro
Enviado por Rose de Castro em 09/10/2007
Reeditado em 09/10/2007
Código do texto: T687512