O amor das coisas pequenas

São tão minúsculas as coisas que me tocam

Que mesmo eu não reparo nelas

Até que subam num banco de praça,

Gritem meu nome e finjam, de laço no pescoço,

Estarem prestes a se findar.

Elas não vão pular, eu sei,

Como sei que não se findam estas vontades

De escrever cartas ridículas,

Poemas bobos como este, uma briga

Sem razão de durar mais um instante.

Quem sabe um dia todos os dias se tornem,

Ou ao menos a maior parte deles,

Tardes de quarta-feira.

Por ora, talvez eu me resigne e

Fique em companhia dos sentimentos complicados.

Serei arrebatado pelo amor das coisas pequenas,

Espero que não tarde demais,

Porém, mesmo que assim concorra,

Honrarei a memória dos dias de sua chegada

E me permitirei sentir felicidade.

Arkangellus
Enviado por Arkangellus em 21/03/2020
Código do texto: T6893064
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